segunda-feira, 25 de abril de 2011

Avizinham-se novas dificuldades para o nosso desporto

Já num post anterior tinhamos alertado para as dificuldades económico-sociais que os portugueses têm sentido nestes últimos tempos e por tabela, de certeza que o desporto iria também sofrer restrições. Assim, de acordo com notícias publicadas na imprensa geral, o estado vai desinvestir no orçamento da prática desportiva federada na ordem dos 15%. As instituições desportivas vão "sofrer na pele", tendo de cortar na sua política de investimento desportivo. Resta agora saber em que rúbricas. Por um lado há que preservar o investimento na "nata" que procura resultados de topo (CM & JO); por outro lado, temos a base do AR (Pre-Jun, Junior e Jovem Esperança), que se não lhes for dada atenção, rapidamente desaparecem sem deixar rasto. E nos pareçe que já há muitos jovens potenciais talentos que estão a sentir que não valerá tanto o investimento na prática desportiva do AR, pois não podem descurar a carreira académica. Senão vejamos: a grande "mola" para que de certa forma eles continuasseem a investir a sério na sua modalidade, era o estatuto de AC (possibilitando a entrada garantida na universidade); hoje, esse estatuto praticamente está inacessível, com a mudança do diploma da AC para o AR (níveis A, B e C). Quando se começar um novo ciclo olímpico, pós Londes 2012 (daqui a 1 ano e pouco), com que gerações poderemos contar para um novo ciclo, se neste momento muito pouco se vislumbra e pressupondo que os mais velhos não farão novo ciclo? Mais uma vez, terão de ser os clubes onde esses jovens estão filiados, que lhes terão de "segurar", projectando-os à sua custa, procurando potenciar as suas qualidades. São estes clubes que durante mais de 300 dias por ano, preparam os seus desportistas, atendem às suas necessidades e dificuldades, motivando-os para as rotinas diárias do treino de AR, "movendo montanhas"e ouvindo os seus desabafos e em certos casos, até dos seus familiares, de modo a minimizar os obstáculos que se apresentam, esperando que se tornem figuras importantes no desporto nacional.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade, porque muitas vezes a vivência nadador/treinador/exigência/expectativa pessoal e do clube, transcende os pais, por muito que queiram ou tentem acompanhar as desilusões e sucessos dos filhos. Quantas vezes ouvimos um “queria-te ver” ou um “tu sabes lá do que falas..”.
Pois é, dias difíceis vêm aí, e todos teremos que nos apoiar mutuamente para ultrapassar obstáculos, pois se lhes cortamos as bases, em inf, juv, ou juniores nunca saberão se serão atletas com sucesso, nunca saberão se conseguirão cumprir os sonhos.
E, se cumpre aos pais apoiar, existe nesse apoio um limite/barreira onde só os treinadores com a experiencia que têm, conseguem chegar, de motivá-los, sustentar-lhes a moral que tantas vezes cai por terra, mostrar-lhes os benefícios e que os resultados nem sempre são imediatos.
Os esforços que os tempos nos exigem, deverão fazer com que sobressaia o que é realmente importante, a solidariedade, o companheirismo, a compreensão, e aí todos conseguirão levar por diante estes sonhos, dos atletas, dos treinadores, dos pais. Não acredito que haja, aqui, neste circulo CFV algum pai ou mãe que não esteja disposto a fazer todo o possível para que o filho ou filha continue no clube pelo qual luta e que luta por ele ou ela.