quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Salve-se Quem Puder no nosso Desporto!

Não resistimos a colocar um logo repetido (Salve-se Quem Puder), dado ser merecedor de tal destaque, face ao conteúdo aqui apresentado de seguida. Aproveitando o que resta deste período de férias, podemos desfrutar entre outras coisas, de programas da TV, destacando os de Desporto. Assim, é quase como que uma obrigação (mas ao mesmo tempo uma delícia), ver o Campeonato do Mundo de Atletismo, que está a decorrer ainda durante esta semana. Ouvimos os comentadores desta modalidade, os técnicos e atletas convidados que por cá ficaram, a defenderem toda a delegação, quer tenham tido excelentes desempenhos, ou até momentos menos bons. A própria delegação que se encontra na Coreia do Sul, tem dezenas de atletas e dezenas no staff, na medida de quase um atleta, um apoiante. Vimos muitos atletas a conseguirem os mínimos ao longo de variadíssimas tentativas, sem serem censurados; vimos atletas a competirem ao alto nível (universíadas), mesmo antes do início destes campeonatos do mundo; vimos atletas que já foram campeões mundiais e europeus, mas que entretanto já não estão nesse fulgor, a serem levados e apoiados do princípio ao fim deste ciclo olímpico, apesar de já terem trinta e tal anos (Susana Feitor & Rui Silva por exemplo); ouvimos ainda que, apesar de até ao momento não termos tido um pódio sequer (o que não é muito natural), a participação lusa tem sido excelente, por termos 10 atletas nas meias finais e 3 deles em lugares de finalistas (8 primeiros), procurando ter sempre o cuidado de não manchar nenhum resultado dos nossos atletas. Isto sim, é dignificar a modalidade, respeitar os atletas e treinadores, dar confiança a um grupo tendo em vista os objectivos a médio e a longo prazo, na modalidade que mais títulos olímpicos, mundiais e europeus deu. Aprendam senhores responsáveis das estruturas do nosso desporto, como se consegue "ter na mão" os desportistas e seus técnicos, num processo, no qual tem que se confiar no trabalho feito no terreno, no dia-a-dia. Só assim é que por exemplo, a modalidade vai para a frente. Não se pode querer que um(a) jovem de 15-17 anos, vá para a "guerra" dos absolutos, só porque nos escalões anteriores a este, realizaram resultados de alto nível; tem que se dar oportunidades às "2ªs linhas", correndo-se sérios riscos de desmobilizarem e desinvestirem no desporto, entregando-se às carreiras académicas; devem ser criados verdadeiros escalões intermédios entre o Junior e o sénior (os chamados Esperanças, ou Sub qualquer coisa), nos quais os atletas se sintam confortáveis e objectivados; Não se deve deixar de acreditar rapidamente num atleta, só porque parece que já não vai lá, ou porque não está a melhorar os seu rendimento a cada macrociclo. Procure-se junto das estruturas superiores, meios e condições para que os desportistas de alto nível possam continuar a investir por um bom período, só no seu desporto e que tenham uma real inserção na vida social, após terem dedicado uma grande parte das suas vidas às carreiras desportivas. Esta da mudança do Estatuto/Percurso de AC para os Níveis de AR, não tem o mínimo de bom senso. Cada vez mais, deixaremos de os ver no AR, o que é como que dizer, que não terão as tais facilidades de ingresso no ensino superior. Este é o caminho para se "matar" uma modalidade. Ainda nos lembramos das 20 medalhas dos CEJ, terminando praticamente os pódios, com a geração masc 88 e fem 89, há meia dúzia de anos. Todos temos uma mea-culpa, nem que seja pela incapacidade de reflectir e de ter coragem, para saber o que, quando e como dizer, esperando que saibam ouvir e decidir. Estamos a menos de 1 ano dos JO, mas já deveríamos estar a trabalhar com a geração RIO16. O que há de trabalho feito? quem são os alvos previsíveis? Não podemos continuar a viver de "pacotes" a curto prazo, nem de "remédios que tirem a dor, mas não a infecção".  Assim dificilmente vamos lá e o pior ainda está para vir!

3 comentários:

team manager disse...

Reunião de PRE/CAD/INF SAB dia 10/9 no Auditório unicipal (junto ao rio) como habittual.

MOK disse...

Infelizmente este é o pensamento do português, resultados na hora apenas.
Depois de vários anos a ver a natação a perder algum destaque a nível internacional, já se devia estar a pensar no futuro, grupos de trabalho de juvenis, tentar prever os mais talentosos, depois encaminha-los apoia los e principalmente dirigi los para o sucesso,daqui a 6 a 8 anos.
Só assim poderíamos começar a Cheirar finais.
Ainda por cima temos um pais irmão, que serve de grande exemplo nos últimos anos(Brasil) e um país vizinho que se tem destacado em todas as modalidades. (estes começaram os projectos a partir dos jogos de Barcelona).
Bem haja!!!!

Anónimo disse...

Não é dificil ir lá assim; assim não vamos mesmo lá.
E o pior tá pa vir ainda. Vamos ver depois de Londres o que vai restar na nossa modalidade.