A nova ordem mundial na natação

Numa breve reflexão sobre a natação mundial, poderemos afirmar que existe uma nova ordem mundial após este último ano, espaço em que tiveram lugar as 2 maiores competições do planeta: JO e CM. Foi a era da tecnologia exterior (fatos de banho), dado que a nível interior (metodologia do treino etc.) pouco ou nada se alterou. Foi um ano de recorde dos recordes, com 174 recordes do mundo (43 deles em Roma). Por outro lado e comparando as grandes potências mundiais, notou-se um maior equilíbrio, deixando de existir uma soberania quase imperial dos EUA e AUS. Apareceram muitos mais países nas finais, até com pódios, situação quase impensável no ciclo olímpico anterior. A Alemanha e Itália reapareceram, a Dinamarca e o Brasil começam a afirmar-se entre outros e notou-se uma queda da Polónia, França, Holanda, Austrália (deixou de ser a 2º no medalheiro, por troca com a Alemanha) e mesmo dos EUA (baixaram de 36 medalhas para 22, com metade das de ouro conquistadas em 2007). Portugal neste contexto global, não decepcionou, embora se apontasse para mais. Tivemos 4 RN e 4 posições nos 20 primeiros (novo posicionamento para meias finais). O problema é que avançamos a uma velocidade inferior à de outros países do grupo da frente. Temos já estruturas, recursos técnicos, talentos etc; falta-nos contudo o profissionalismo, ou seja, ter a possibilidade dos nadadores estarem disponíveis para se dedicarem exclusivamente ao treino e recuperação, não tendo de dispersar energias e concentração noutros afazeres. Este deverá ser o caminho para uma velocidade maior na evolução, dado até ao escalão junior, conseguirmos estar equilibrados com demais países e a partir daí eles distanciarem-se.